O “funk” que se ouve nos “bailes funk” Brasil afora é, como
quase tudo que vem da periferia, de uma mistura de pouca informação, muito
talento de improvisação, capacidade de adaptação e o molho de criatividade que
só o brasileiro tem. Nossa história começa nos anos 70, quando toda a negrada
de todas as quebradas das capitais do eixo Sul-Sudeste tinham, como forma de
lazer, os bailes Black. Disco music, funk, soul e samba-rock embalavam as
juventudes negras e brancas pobres das metrópoles. No Rio de Janeiro, o termo
“baile black” não era muito utilizado, o que se dizia por lá era “baile funk”,
já que este era o ritmo que imperava.Pois bem, esta é apenas uma das
peculiaridades dos bailes do Rio. Outra peculiaridade é que, se compararmos a
São Paulo, encontraremos outras diferenças vitais para entendermos como
chegamos ao “funk” de hoje: São Paulo e Rio tinham basicamente o mesmo
repertório de sons, mas os cariocas sempre preferiram os ritmos mais rápidos.
Funks com batidas mais frenéticas, enquanto que São Paulo sempre foi mais do
soul mais arrastado, daquele de se dançar deslizando no salão, algo como “Same
Beat” de James Brown ou “Funk Worm” de Ohio Players, enquanto o Rio sempre foi
mais para “Dance On The Floor” de Jimmy “Bo” Horn ou “Think” de Lynn Colins,
que são sons mais rápidos.
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